Sadismo paterno

É um descaso com a vida.
Seres escorados em pedaços de espuma
Cobertos, seminus ao orvalho
Doentes, degradados e coitados
 
São mais de cinco voltas de ponteiro
Para olhar um curador e sair
Mais coragem precisa, mas força não há
Continuar, talvez seja morrer
Desistir, no entanto...
 
E os curadores milagrosos que fazem favor
Que são divinos só por ali estarem
Vêem a dor e aflição dos
Doentes, degradados e coitados
Mesmo assim, não sentem. São robôs!
 
Se um pai não suporta ver o filho sofrer
Quem dirá ver mais de mil
Brasileiros sem amparo, sem direitos.
Apenas cumpra teu dever
 Excelentíssimo pai do Brasil
 
Guarde segredo: Hospital público brasileiro é quase igual uma guerra, a diferença é que nesta se morre com dignidade.

Renato Gaspar
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