dou um passo
perco a noção de espaço
caio no teu abraço
quem me segura?
quem me assegura?
que existem limites para sonhar...
eu sou de viajar
sempre e sempre quero me arriscar
quando lá eu chegar?
ah! quando lá eu chegar
vou me embebedar
tomar vinhos preparados com uvas especiais
vou navegar em naves espaciais
experimentar viagens em bolhas fenomenais
sou de outros mundos e caí neste
por engano?
ou era um plano?
sou poeta e poeta é louco
louco por luares
por estrelas
beijos
pássaros
voos
poeta não se contenta com chão
poeta gosta da imensidão
não tentem me segurar
nunca posso me assentar
aceitar planos estabelecidos
não me diga nunca que preciso estacionar
parar nesta verdade que se diz haver aqui
não sou daqui
a matéria pra mim nunca foi resposta para nada
a matéria chega a ser uma maçada
me deixa aborrecida
se eu viver das coisas materiais me perde sentido a vida
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