Ah, o riso solto

Perdendo a perspectiva

Na mata cerrada

Da vida incandescente

 

Siga, siga o vento

Não me siga no relento

Sem esperança ou crença

Não me olhe mais

 

Minhas escaras abertas

Estou cinza e coberta de poeira

Miro do abismo o sol distante

Através do vale iluminado

 

O céu é como uma batalha

Modos e entrelaçamentos

Não há quietude real

É tudo aparente

 

Farejando a vida

A morte segue a criatura

Todos os dias, alegremente

O cinismo do seu sorriso

 

Siga sem sentir

Siga sem olhar

Minhas escaras abertas

 

Miriam Azevedo Hernandez Perez
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