A revolução foi sopa de sonhos
Servida em auroras de liberdade
Antecedendo banquetes do povo
Que, em mesas cobertas
Com rendas de promessas
Comia pão e carne de caça
Nunca antes provada
Em travessas de revolução
.
Com o passar dos tempos
As toalhas de promessas
Foram das mesas retiradas
Sendo poucos os que lá comeram
E muitos a quem deixaram nadas
.
Agora, o povo anda por aí
Novamente sem mesas
Sem toalhas rendadas
Ajoelhando, rastejando
Mendigando migalhas
Àqueles “senhores”
Que comem o pão amassado
Pelo suor dos trabalhadores
.
Tarda-se em comer
Outra sopa de sonhos
Em manhã de liberdade
Em levantar-se do chão
Para que haja de novo mesas
Mesmo sem toalhas rendadas
Cheias de promessas
Apenas para que todos se sentem
E comam pão em fatias de igualdade
Mesmo à mão, sem travessas
.
Já se sente a pressa
Para que isso aconteça

Silvino Taveira Machado Figueiredo
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