Quase...

Não chega… porque queres tudo,
E para o importante falta sempre algo,
Objectivos, ambições… recrutas,
Neste quase sempre em falta análogo
À insignificância, será que notas?
Observas o orgulho do equívoco?
Pelos sinuosos caminhos do luto
Do nosso próprio ser, o reboco
Que nos cobre leva toda a atenção,
Nesta corrida ganha a imagem,
Em segundo fica o nosso coração,
Muitas vezes por falta de coragem.
Escorre-me entre dedos o cumprir-me,
É cárcere do meu ser… o ego,
Entre vós não quero distinguir-me,
Individual sim, mas não sou cego.
Sempre serei um mendigo do amor
Um condutor, um desertor da morte,
Renovador de mundos, o locutor
Do sentimento, a essência da sorte.
Sou da humanidade o memento,
O registo mutável da vida eterna,
Oculta terra, semente, rebento,
Não sou tábua rasa, sou a caverna.

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