Eterno Amor


Descobrir um querer suave, 

além do desejo.

No pudor de teu olhar 

haverá um  convite, 

mas também respeito.

Não alteras tua voz suave, 

teu murmurar tudo já diz.

Pássaros livres, donos dos voos.

Desejaremos dividir um ninho comum.

Compartilhar de teus atos,

de teus gestos, ter parte de ti.

Imaginá-la vindo a mim, 

batizada por chuva de uma tarde.

Água do celeste

a purificar o teu corpo,

com o brilho das gotas. 

Então aquecê-la 

em meu amplexo,

guardar teu ser

entre os meus braços,

trazê-la para junto 

de meu coração selvagem,

para acabar descobrindo 

que me acalmas, 

que teu calor 

é maior do que o meu.

E então me farei poeta, 

criarei montanhas e céus,

e te farei de ave, 

e eu também serei.

Voaremos juntos

 por caminhos só nossos.

Estaremos tão perto de nós, 

como distantes dos outros.

Descobriremos os segredos do tempo,

e este não se sentirá ofendido, 

acabará nosso amigo. 

Um amigo sábio que nos 

há de revelar outros mistérios

e nos convidará 

para sermos seus passageiros.

E eu, menino que habita 

em corpo de homem.

E tu, menina que se oculta 

em corpo de mulher.

Seremos plenos, 

seja lá o que isto for,

pois o que importa 

é que estaremos juntos,

eu com minha ilusão de força,

tu com tua ilusão de fragilidade.

Já não seremos 

mais substantivos abstratos,

mas apenas essências distintas

que se unem num único ser.

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