Sozinho no leito, antes de dormir

ouço minha suave respiração.

Vou a todos os lugares, e a nenhum lugar

acompanhando a melodia.

Quando olhos abertos, se confundem com fechados,

e as únicas imagens além das trevas são meus medos e desejos,

formo meu imaginário.

Objetivos sombrios se chocam com perspectivas iluminadas,

leões devoram cordeiros quando deveriam guiá-los,

e a escuridão toma todo o espaço sem nada para contrastar.

Mas a branca névoa que cerca meu castelo ainda se mostra útil,

sendo minha única esperança, e invadindo cada parte de minha mente.

Esta esperança fortalece as claras perspectivas,

provando que a luz pode se esconder,

mas permanecerá sendo brilhante luz.

Após o Sol deter a chuva num ato de puro instinto

percebo que aquilo que aparentemente foi loucura,

se tornou algo tão belo quanto o Arco-Íris.

E que mesmo que a tempestade pareça não ter fim,

o vento soprará as nuvens negras para muito longe.

Esta absurda e maravilhosa percepção

ocorreu num imaginário que merece permanecer em segredo.

R Lonat
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