Sinto o tempo, em meu corpo que reclama
Diminuir a distância, que separa minha alma
Desta vida incolor, quando a morte se derrama
Iluminando o destino, aliviando este trauma
 
Meus membros quentes, em dores que a chama
Em fogo que derrete, meus sonhos até a palma
Da minha mão já cansada, sem forças e sem gana
Pelo choque que desperta, esperança que acalma.
 
Acordo, ainda é noite, pela dor sou despertado.
Lá fora o silêncio que não houve o meu reclame
Teus olhos cegos, não enxergam o derrame
 
A procura de remédio, para curar este pecado
Que apaga o meu sorriso, no resultado do exame
Refém das dores que limitam o meu certame

Murilo Celani Servo
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