O FILHO PRÓDIGO
 
Vou lhe contar uma história
Do filho de um fazendeiro
Dono de grande fortuna
Muitos bens, muito dinheiro
Porém só tinha dois filhos
Os quais eram seus herdeiros
 
Um certo dia o mais moço
A sua herança pediu
A sua parte da fazenda
Do seu pai ele exigiu
E partiu para bem distante
Com tudo o que conseguiu
 
Gastando todo o dinheiro
Que havia recebido
Vivendo dissolutamente
No lugar desconhecido
Esbanjou sua fazenda
Ficando só, sem abrigo
 
Só então foi perceber
O erro que cometeu
Sem dinheiro e sem amigos
O seu coração doeu
Passando necessidades
Muito se arrependeu
 
Foi ter com um cidadão
Morador daquele lugar
O qual mandou-o aos seus campos
Seus porcos apascentar,
Sem alternativas teve
Que a isto se sujeitar
 
Trabalhando sem comer
Pois nada ninguém lhe dava
E desejava encher
O estômago que roncava
Com as bolotas que ali
Os porcos se alimentavam
 
E tornando-se a si
Disse consigo então:
Quantos jornaleiros de meu pai
Tem abundância de pão
E eu pereço de fome
Volto e peço perdão
 
Levantar-me-ei e irei
Ter com meu pai e aí
Dir-lhe-ei: pai ,eu pequei
Contra o céu e perante a ti
 
Porque eu não sou digno
De ser teu filho chamado
Faze-me como um de teus jornaleiros
Que será do meu agrado
E levantando partiu,
Maltrapilho e esfarrapado
 
Quando ainda vinha longe
O seu pai o enxergou
Correu logo ao seu encontro
Com muita pena ficou
Lançou-se ao seu pescoço
E com amor o beijou
 
E o seu filho lhe disse tudo
O que havia planejado
Mas seu pai sem hesitar
Disse logo aos seus criados
Trazei-me o melhor vestido
A este meu filho amado
Coloque um anel no dedo
E de alpargatas seja calçado
Matai também bezerro,
 mas um bezerro cevado
Comamos e alegremos
E fiquemos saciados
Porque meu querido filho
Estava perdido e foi achado
Para mim ele estava morto
E agora é ressuscitado.
 
Enquanto eles se alegravam
E a festa começava
Eis que surge o irmão mais velho
Que do campo retornava
Chegando perto de casa
Ouviu a música que tocava
 
E chamando um dos servos
Perguntou o que acontecia
E o servo sem demora
Contou o que sucedia
 
Isto é para comemorar
A volta do teu irmão
Que retornou são e salvo
Da festa eis a razão
Teu pai matou um bezerro
Para a comemoração
 
Porém ele indignado
Em casa não quis entrar
E o pai saindo insistia
Pra ele se achegar
Mas ele um tanto enciumado
Ao pai começou falar
 
Eu te sirvo a tantos anos
Sem nunca haver transgredido
Algum mandamento teu
E não sou reconhecido
 
Tu nunca me deste um cabrito
Pra com meus amigos festejar
Vindo, porém este teu filho
Tu o recebes sem lembrar
Que desperdiçou a fazenda
Com meretrizes a farrear
E tu matas um bezerro
Pra com ele celebrar
 
Mas seu pai muito amoroso
Conseguiu o convencer
Dizendo : Filho, tu estás
Sempre comigo a viver
E todas as minhas coisas
São tuas, o faço saber
Porém quanto ao teu irmão
Vou te dar a explicação
Que por certo vais entender
 
Pra mim este teu irmão
Que para casa voltou
Estava perdido e foi achado
Por isso aqui estou
A festejar a volta dele
Pois ele ressuscitou
Pra mim ele estava morto
Porém vivo retornou
 
Filho entenda o que digo
Tu sempre estás comigo
E tudo o que tenho é teu
Não precisa reclamar
Pois não vou te desamparar
Seja feliz filho meu.
 
 
 
 
 
 

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