A vida esqueceu

Aos poucos, entro na solidão.
O sol abraça a rua vazia.
A descrença corrói-me a ilusão.
 
A vida esquece-se de ocorrer.
Parou. Procura por ela o dia.
Não a encontra e deixa anoitecer.
 
A lua verte fios prateados,
E a rua abandona a nostalgia
E refaz os rumos desnorteados.
 
E minh´alma não sai deste tormento,
E a amargura não me repudia.
Não quero ser só por um momento.
 
À janela, estática, amanheço
Sem alegria, sem fantasia,
Viva-morta, um ser que desconheço.
 

 
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