+_ O sonho: utopia crepuscular _+

Entre lágrimas de dor
Um sorriso ela almeja
Ao sol que tarda se pôr
Um sonho que a crua vida inveja
.
Sorrí menina!!
Que só em sonho a vida lhe é devota
E noite a chuva
vem de cima
Cruel e fria aos sonhos se mostra
.
Ela encaminha só
Por ermos parques infantís
Seu amor transformado em pó
Um sacrário hóstil de sentimentos vís
.
Na profunda vergonha
Na companhia de corpos insepúltos
Seu mundo ela ainda sonha
Longe! Longe dos tumúltos
.
Uma funérea ária infantil
A ela cabe soerguir-lhe quimeras
Pedras sobre pedras
A vida inveja sua tristeza gentil.
.
Menina que de dia prantea
A vida tanto lhe quer mal
Nesse sonho que ela serpentea
Todas as noites ouve-se seu madrigal.
.

Princesa sem fadas em seu conto
É só uma criança congelando na neve
É tempo de mais um sonho
Antes que o Éden a leve.