Esta minha cidade tão querida,
Diamante lapidado sobre a terra,
Uma gota de orvalho em minha vida,
Um refugio de paz, toda nela encerra.
Quando a manhã desponta perfumada
E o sol vem aquecer todo este chão,
A alvorada desperta a passarada,
Que vem nos acordar em ovação.
As borboletas brincam pela grama.
A brisa vem os galhos balançar.
Nossa varanda acolhedora chama,
O mundo lá de fora para entrar.
Muitas vezes a chuva vem limpar
A poeira que se esconde no jardim.
Enquanto boêmia, na mata a cantar,
Passa a cigarra sua vida assim.
E, quando a noite vem, toda estrelada,
Cobrir este rincão, pra descansar,
Desce a lua do céu, envergonhada,
Pra nas águas do rio se banhar.
Na placidez da noite que caminha,
No silencio que nos envolve aos dois,
O perfume das flores acarinha,
Os anjos que escondidos vêm depois.
E contemplando este painel imenso,
Que a natureza em róseas cores matizou,
Eu sorrio feliz pra você e penso:
-Neste quadro também, ela me pintou.
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