Síndrome de Imune Deficiência Adquirida (SIDA)

Clama este pobre ao senhor
Eis que a minha sorte glorifica a dor.
Vinde buscar a minha paz
O filho do demónio que em meu peito jaz
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Rogo-lhe efêmera dor, intruso
Que vindes acoitar sua ira em mim
Se deste corpo consumireis sôfrego, deduzo:
Matutino aconchegar-se-a o nosso fim
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Vós consumeis do meu trabalho
Usais do suor do meu ser como atalho
Dizei-me seus inimigos
Que seus inimigos sois meus amigos
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Levai deste ser a alma que padece
E toda esperança que lhe fortalece
À maldição que lançasteis,
Levai-a e permitai-me o mundo entre celesteis
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Este que levou meu amor
Vindes agora em mim sem pudor
Meu amor que perdeu-se nas trevas do lá
Eis que breve, mui breve também venho, Gorgiá.
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Vós que sabeis mais que ninguem da morte e vida
Ao corpo que putrifica em pé
Averbai não mais em mim essa fé
Matai logo!! Mas não assim como me faz o SIDA.
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Bem, eu próprio estou a amar o meu texto e sinto-o na 1a pessoa.