Abro os olhos, o lugar me é estranho
Observo, existo quando me sinto, eu vivo
Surjo das águas, armazenado em banho
Na bolsa que se rompe, respiro aflitivo
 
No horizonte, um céu de cor castanho
Um caminho, espinhoso e cansativo
Sou mais um na fileira de um rebanho
Perdido no destino, a procura de motivo
 
Meus pés calejados se arrastam na labuta
Corredores infinitos, armadilhas na esquina
Cruzamentos perigosos, uma placa de neblina
 
Cuidado! Perigo!  a prova que me recruta
No vazio que faz sentido, a dor se faz divina
É a luz que ilumina, a vida com sua rima

 

 

Murilo Celani Servo
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