Apaga-me

 

Apaga-me de tuas mãos suaves, suplico

É sufrágio sentir-te forte em mim

Teus olhos, perdidos neles ainda fico

Porque, mulher, me torturas assim?

 

Apaga-me de tua pele que ainda não toquei

Dos lábios roseos que, em sonhos beijei

A cova profunda em que um dia pequei

Ah essa mulher que tanto pensei...

 

Apaga-me, da lembrança remanescente

Onde mata adentro eu fui me perder

Apaga-me da loucura à luz evidente

Porque a ti eu tive que ceder?

 

Apaga-me de ouvir suas palavras quentes

Onde incólume, passeavas em meu peito ainda trancado

Apague, do ceu as estrelas reluzentes

Apaga-me, te peço, deste doce pecado

 

Agora... se não puderes me apagar,

Deixe o tempo correr, tal qual a chuva

 

Me dê do teu vinho para eu tragar

E teus beijos tenham sabor de uva.

 

 

Tua pele clara, em meu pensamento, não esqueço

Tuas palavras e meus desejos... que perigo

Esse amor que traz em ti... certamente não mereço

Não apago tua imagem que em meu peito abrigo

      (para a mulher que não pode ser minha)

meu desejo é exposto nessa poesia... É difícil, se não, impossivel, ter na vida real, alguém que não pode me pertencer... Um paradoxo da vida real.

sjcampos. 05/outubro/2010