Em cada verso que escrevo conto um pouco de mim
Disfarço minhas dores, momentos de alegria
Versos inquietos, na despedida do dia, enfim
Minha morte é lenta, por esta travessia
 
Mente vertiginosa, a espera do seu fim
Prateada como a lua, no céu de noite fria
A saudade é perpétua, eu tenho pena de mim
Pela porta que se fecha, com a vida que sorria
 
Um amanhã sem ninguém, sem cor e sombrio
Órfão em todos os sentidos, apenas um reflexo
Quando no espelho, meu rosto desconexo
 
Sem rumo no caminho, perdido no domínio 
Quando a cara do destino, o olhar se faz perplexo
No adeus do teu amor, os meus versos em anexo

Murilo Celani Servo
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