Eu tenho um pingüim
Que dorme comigo
E por ser um pingüim
Chamei-o de Pingu.
 
Pingu, meu pingüim elegante,
Não esquece nem por um dia
O paletó e a gravata borboleta.
Ambos de cor preta.
 
Para mim sempre está sorrindo,
Como quem aguarda um abraço.
Ele é um conforto querido,
Que, todas as noites, na hora do cansaço,
 
Dorme como se fosse inanimado.
 
E eu adoro abraçá-lo
Quando lá fora faz frio ou chove,
É como ter um pouco do remetente
Ao alcanço das mãos, sob as cobertas,
Protegidos da chuva e do vento.
 
E às vezes, quando sonho,
É quase como se sonhasse comigo
O mesmo sonho que uma vez contei-lhe
Ao pé do ouvido.
 

Bianca Goulart
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