Verdades (texto poético)

 

Os sentidos

O que procuramos nas coisas

Não transparecem.

Voam, soltos pelo espaço

São pássaros e borboletas

Esvoaçantes, fugazes.


E, se nesta névoa mutante

Espessa camada informe

Achamos algo, é transitório.

O que é, não se dá à luz

De nossos olhos.


Tanto quanto a razão, em vão

Busca a verdade

Que haveria de endurecer as pedras

(mas elas estão vazias).


Viver é o constante vasculhar

Por certezas

Que habitam as nuvens

Voláteis, a criar verdades

Do vácuo, tão prontas

Quanto efêmeras.

 

O que sabemos hoje

Já é passado.

Uriel da Mata
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