Os sentidos
O que procuramos nas coisas
Não transparecem.
Voam, soltos pelo espaço
São pássaros e borboletas
Esvoaçantes, fugazes.
E, se nesta névoa mutante
Espessa camada informe
Achamos algo, é transitório.
O que é, não se dá à luz
De nossos olhos.
Tanto quanto a razão, em vão
Busca a verdade
Que haveria de endurecer as pedras
(mas elas estão vazias).
Viver é o constante vasculhar
Por certezas
Que habitam as nuvens
Voláteis, a criar verdades
Do vácuo, tão prontas
Quanto efêmeras.
O que sabemos hoje
Já é passado.
Uriel da Mata
© Todos os direitos reservados
© Todos os direitos reservados