Procuro um mundo no qual eu sinta afeição
Mundo em que as cores, não me traga apatia
Diluindo a náusea incontida sem saber a razão 
Das lágrimas que se vertem por melancolia
 
Dores são profundas nas fendas do coração
Paisagens transfiguradas, minha alma em fobia
Nos braços de tua morte, quando o olhar é aversão
A tua face sem beleza, que mortifica a poesia
 
Em raízes da infância quando utopias são brotadas
Como flores pisoteadas, exalando o odor da lama
Presa em tua essência, da mentira de tua fama
 
No soprar dos ventos, novas sementes abortadas
Pelas tuas mãos, configurando a tua trama
Quando a grana é a lei, do teu fogo em chama
 

 

 

Murilo Celani Servo
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