A temperatura está baixa,
o som do vento é agudo em alguns pontos.
Da boca sai uma engraçada fumaça branca,
da coberta sai um calor invisível.
 
Lá fora chove fino,
o movimento de pessoas é fraco,
a movimentação de carros é contida.
Os galhos das árvores dançam com o vento.
 
A lareira aqui dentro,
é quentinha como o quê.
O café da manhã reproduz o cheiro ótimo,
do bolo quente e do café passado.
 
As blusas tomam conta do corpo,
que já está quentinho,
porém ainda preguiçoso.
Os pés estão envoltos por uma grossa meia de lã.
 
O dia continua arrastado,
quase pedindo clemência,
ou querendo se recolher para dormir,
ou até querendo apenas um copo de café quente,
para se manter lá fora.
 
O olhar das pessoas continua condizendo...
Sim, frívolo leitor,
condizendo com a estação que imagino agora,
a estação de minha imaginação!
 
Os gestos são suaves,
a energia é muito poupada.
Livros bons aparecem junto ao sofá e ao edredom,
sem contar nos deliciosos arrepios na nuca,
que vem e vão.
 
Nenhuma aparência carrancuda,
apenas aparências cansadas e sentidas,
talvez sentidas “daquela cama”.
Pessoas rezando pelo seu rápido retorno ao quente lar.
 
Agora me vou entrar em outra aventura,
debaixo do meu edredom,
no meu sofá e com minha meia de lã nos pés.
Tomando meu café quentinho,
deleitando-me com o sopro gelado na nuca.

Jonathan Cunha
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