Em lugar algum

ninguém explicou.

        Numa cidade fantasma

        a matança terminou.

        De onde vamos... para onde viemos?

        Negrume em cada olhar vago.

        De onde vamos... para onde viemos?

        Negrume num momento amargo.

Restos, mortes e sonhos

no sangue derramado.

       Ossos dos seus antepassados,

       nesta noite de corpos amaldiçoados;

       nossos olhos, nossas crenças,

       nossas torturas.

       Ninguém explicou

       nossas loucuras,

Edir Gonçalves
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