Palavras



Palavras soltas.
Afogadas no pensamento.
Algumas navegam.
Remando ao relento.
Ah se voz tivessem.
Como lâmina afiada
Rasgariam ouvidos.
Que só ouvem mentiras fragmentadas.
Ecoariam em surdos.
Mas é sem som 
Minha revolta e meus gemidos.
Ah! se pudessem ler
A  gramática que no meu pensamento é traduzida.
Línguas venenosas arrancaria.
Palavras também são artilharia.
Parar quem sabe eu pudesse, as palavras a quem pertenço.
Soltá-las talvez pudesse,mas diriam que não é de bom-senso

Katya Favero
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