Graal ( Coletânea de poesias do Autor da série Avalon)

Graal ( Coletânea de poesias do Autor da série Avalon)

 

Vinde minha Bela Senhora
Deusa profana que meu ardor ampara.
Onipresente dualidade de teus nomes
Na capela ora abrigada
Alberguei escudo e armas.

Depositária das orações de além-mar
Investiu-me fiel escudeiro de teu corpo nu
Graal* de saciada sede e reconhecidos sabores,
Mezuzá de ouro puro de teus ancestrais.

Tabernáculo milenar de facetas esmeraldadas,
De minhas mãos fizeste oscilar o turíbulo sagrado.
Minotáuro-fêmea de misteriosos labirintos coríntios
Doce fera que minha mourisca adaga penetrou.

Fluidez rochosa que o Deus cristão em fendas não abriu
As fontes de líquido ardente que do teu corpo a mim conduziu.
Embriagante néctar que de teu Vulcano em chamas
Jorraste como magma em viscerais contrações.

Louca Fortuna dos Francos e dos amantes que tua Luz guiou
Guardiã plena de minhas vitórias , pilhagens e emoções.
Acácia dos cachos dourados no qual Horus repousou
Bendita Dama que de todos teus amores agora me sagrou Senhor.

 

*Graal - Santo Graal ou Santo Gral é uma expressão medieval que designa normalmente o cálice usado por Jesus Cristo na Última Ceia. Ele está presente nas Lendas Arturianas, sendo o objetivo da busca dos Cavaleiros da Távola Redonda, único objeto com capacidade para devolver a paz ao reino de Artur. No entanto, em outra interpretação, ele designa a descendência de Jesus segundo a lenda, ligada à Dinastia Merovíngia. Nesta versão, o Santo Graal significaria Sangreal ou seja Sangue Real. Finalmente, também há uma interpretação em que ele é a representação do corpo de Maria Madalena, uma seguidora de Jesus.