Nasci

 
 
Perambulava pela rua.
Banhava-me a luz da lua.
 
Não via, não sentia... Era nada.
Despia-me da vida passada.
 
Desintegrava-me ao vento.
Restava um fio de pensamento.
 
Cortou o silêncio sonata de Chopin.
Naufragava em farrapos de mim.
 
Parei. Reintegrei meus pedaços.
Prendi-os com intensos laços.
 
Inerte, no vácuo, estremeci.
Entendi. Pulsei. Emergi. Nasci.

 
 
Imagem: Google
 
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Mardilê Friedrich Fabre
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