Mundos diferentes

Por minha porta sempre ela passava.
Naquele andar tão seu, firme, elegante.
O corpo ereto, o olhar vago tão distante.
Todo um poema de lua a acompanhava.
 
Eu não sei explicar esta tamanha loucura.
Em vê-la passar eu a amava com ternura.
Bela, - talvez não fosse propriamente,
Era porem das outras muito diferente.
 
- Mas, um dia, cruzou-se o nosso olhar.
Todo o amor que no seu eu vislumbrei,
Tentou logo ligeiro me ocultar.
-Temerosa de tudo que eu sonhei.
 
Nós dois somos de mundos diferentes.
Procure te esqueceres então de mim.
E, como dois estranhos simplesmente,
Havemos de seguir nossa vida assim.
 
Este sonho não pode mesmo vingar.
Mesmo que nos embriague ardentemente.
O Ocidente em mim, ciumento, há de estar,
Vendo o teu sorriso que trazes do Oriente.

Este poema me foi inspirado numa história
sobre os (imigrantes) Japoneses que vieram
formar colônias no Brasil. Um jovem Italiano
apaixona-se por uma jovem japonesa, o amor dos
dois acabou por não frutificar por puras diferenças ideológicas.
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Jose Aparecido Botacini
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