crônica: VIDA DURA DE CINDERELA

VIDA DURA DE CINDERELA

Tenho notado, primeiramente nas reuniões do meu prédio e depois em outras oportunidades, que a independência financeira de mulheres, bastante jovens, tem-lhes trazido alguns problemas afetivos que outras mulheres não possuem, mas que muitas, mesmo assim, gostariam de ter.

Com os concursos pipocando por este país a fora tem muitas mulheres que até então já eram bem financeiramente, mas que com as distâncias para onde são levadas, quando aprovadas, estão tendo que aprender a viverem sozinhas em uma grande cidade ou média que seja, bem longe da casa dos país.

Antes, na grande maioria, elas só saiam definitivamente quando se casavam,

Mesmo na época de faculdades em qualquer feriado já iam correndo para a casa dos seus progenitores e suas despesas eram bancadas pelos mesmos, se não no todo, pelo menos em parte.

Poderiam viver sozinhas, mas tinham toda uma "segurança" por trás.

E agora o que eu tenho visto são moças economicamente já muito bem, mas que em função de terem passado nos melhores concursos e bem longe de casa, o que leva a crer que são aquelas meninas ou moças que sempre tiveram uma ligação muito forte com a família e totalmente protegidas por elas, e que se vêem com estas aprovações, de repente, em cidades bastante distante das que moravam.

Moram bem, possuem bons salários, mas totalmente inseguras a partir de então, pois estão iniciando uma fase da vida em que dependem totalmente de si mesmas e querem aproveitar a nova situação de independência, mas como agora as escolhas dependem só delas nota-se a falta da maturidade que deveriam ter tido enquanto iam se formando.

Com certeza vão ter muito tempo até que a parte emocional e social se equilibre na sua nova situação.

Um exemplo: Quando ainda dependentes dos pais, mesmo que não morem juntos, podem convidar um amigo a ir à sua casa, sem problemas, se não der certo é só não convidar mais, dar uma gelada. Sempre há a sombra da familia as protegendo.

Já morando sozinhas, e longe,  tem que pensar bem mais antes de convidar alguém para entrar em seu apartamento, pois as responsabilidades serão todas delas.

As vejo bastante desprotegidas, pois com os salários que passaram a ter se tornaram também muito criteriosas com os namoros e nestes casos, no topo da pirâmide, as ofertas são bastante escassas, pois claro, querem alguém a altura delas profissionalmente, mas a demanda é reprimida, pois são elas que estão "abocanhando" a maior parte destas vagas.

Conheço a filha de uma cliente, que vi crescer, e que sempre foi muito precoce, tanto que com vinte anos já estava dando aulas de Direito na faculdade em que se formou, além de já estar falando quatro línguas, e foi galgando os concursos na medida em que iam aparecendo e hoje já está na Justiça Federal ganhando, com certeza, acima dos dez mil reais e com uns vinte e poucos anos de idade e vive reclamando que não arranja namorado e eu sempre digo para ela:

“Você fica comprando estes carrões importados e claro que isto assusta os homens da tua idade, pois eles até podem ter os mesmos carrões, mas foram ganhos dos país e se assustam com uma jovem já tão independente como você.”

Todas as férias ela sai com a mãe, com quem, neste caso, ainda vive, viajando pelo mundo, mas com certeza uma hora ela vai se cansar disto e a solidão vai bater mais forte e vai ver que tem um vazio emocional difícil de ser suprido.

Eu digo difícil porque o nível de exigência dela já está à altura do que ela ganha e também da sua perspectiva profissional.

Ou ela, carente como já está ficando, vai acabar escolhendo mal, ou vai ter que namorar alguém com pelo menos uns dez anos mais velhos e que não tenha também muita maturidade, pois senão ele é que não vai agüentar os papos que vai ter com ela, que ainda pensa como uma menina.

O mundo é interessante e está deixando jovens altamente remuneradas desoladas ou frustradas como meninas.

E eu vou dizer para você, meu caro leitor, é muito triste estar dentro de um belo apartamento sem ter ninguém com quem se possa contar, e voltar-se para a família, como esta minha amiga tem feito até o momento, é só adiar o cair da ficha.

Foram meninas muito protegidas durante as suas formações e agora estão carentes e desconfiadas de quem se aproxima delas, lá naquelas cidades distantes, e sem muito para esperar dos homens que elas gostariam de ter, pois ou são muito mimados ou muito mais velhos que elas.

Como dizia-se antigamente: “Quanta dificuldade!”

www.hserpa.prosaeverso.net

Em qualquer situação da sua vida procure se lembrar:
'Não é o lugar em que nos encontramos nem as exterioridades que tornam as pessoas felizes; a felicidade provém do íntimo, daquilo que o ser humano sente dentro de sí mesmo' Roselis von Sass - graal.org.br