Eu passo o dia contando as pedras em meu caminho,

para a noite, sob os raios lunares, sentar

e ver pérolas.

A lua já é minha conhecida, longa companheira de estrada.

Estrada azul, azul como o mar em redor. Mar de sonho,

de bordas borradas, meu parceiro antigo, atemporal,

das madrugadas.

Canção que ninguém ouve, só eu. Eu que tenho o sonhar afinado.

O sonhar, a pedra turva,

refinada em terra e mar.

Um sonho eterno de paisagem, berço, onde nasço e renasço,

morro e me perco, e me reencontro ao me encontrar

nascendo em outra noite de lua, em sua luz,

tão palido e sereno.

Como as nuvens que andam,

sem reclamar,

nunca chegando a lugar algum.

Vancourt
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