MINH'AMANTE

Do amor ardente se fez a cruel serpente
rastejando-se sedenta pelos caminhos
Abocanhando os mais puros desejos
enfeitiçando os lábios com o mel
fez-se tempestade de lágrimas o meu céu
quando ardilosa findou
os sonhos que este poeta sonhou
Flor de espinhos fatais
Rosa de aromas totais
destilando veneno em vestes carnais
fostes autora dos meus infindos ais
Derramei sangue em finos poros
rasgada a carne que maliciosamente beijastes
em ardume fez-se o meu coração
que enlouquecido perdeu a razão
Morto jaz o amor, meu passado,
em preto e branco foste enterrado
finda a minha agonia
minh'amante foste o algoz derradeiro
do meu destino, o amor primeiro.

Dama da Poesia
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