Paredes de papéis penduram a sua voz
Faz deste concreto, o teu quadro de aviso
Em que a tua norma, vai ditando a todos nós
O teu disfarce que esconde o meu sorriso

Pelos dias seguidos, o teu recado é feroz
Nas utopias de tuas leis, que incisivo
Na moldura do informe, se mostra um algoz
Ao olhar de tua gente, triste e preciso

Em qualquer parede, tu colocas a tua cara
Faz-me ser um número, na planilha que carrega
Toda essa pressa, que nas horas escorrega

O desrespeito, que ao meu olhar não encara
Em tua indiferença, em que a moda pega
Na alma do teu puxa, que o rosto não nega

Murilo Celani Servo
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