Em meu corpo são pecado teus dedos,
A quedar-me, em suplícios, condenado,
E a alma, como Prometeu, malvado,
Dilacero, por de te amar ter medo.
Notívago, por conta do degredo
Que o escrúpulo me impôs alimentado,
Malgrado por divindades dotado,
Corroem-me ainda do enlevo segredos.
Mas, sentenciado de anelo, desperto,
Sem sobressaltos, lúcido na arena,
De desvelo e de pejos descoberto,
Pois quanto maior culpa a mim acena,
Quanto do amor maior advir a pena,
Mais, condenado, estarei liberto.
Elias neri
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