Marcas do Tempo

Como rosas cálida e fria,
Em meu peito pobre coração,
Batia.
Hoje me foge o meu próprio
Jeito, pois meus cabelos brancos,
Pinta de tinta a marca da moldura,
Do tempo.
Invento a realidade, em sonho esqueço,
O que vivo a cada segundo.
O relógio parece louco, mas louco agora,
Estou a esperar o final do mundo.
Meu semblante modela-se a cada dia,
E com ele, pouco da alegria, e ainda pucho,
Da memória e um pó da lembrança faço uma,
História.
Faço das pedras meus sapatos, pois meus.
Meus calos doem dia inteiro.
 

Hynes Margarida de Oliveira
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