Sou um "baianim" de salvador, cara muito arretado, independente, visionário, trabalhador, bem letrado, alegre, bom camarada, não sou príncipe encantado e tô mais pra lobo mau, sou poeta e romântico, safado na hora tal, um bom vinho, flores, cheio de calamengau, feliz e descomplicado, que cuida bem do que é seu e vai seguindo sempre em frente tentando ser boa gente nesse mundo fariseu, mas só fico com quem me ama e quem não vale a pena e gama simplesmente me perdeu.

Quem só exige, só recebe, pouco se dá e só reclama não sabe rezar e xinga Deus, quer assobiar e chupar cana, mas aí nem Benito Di Paula, Pélé, Cazuza ou Santana. Dei um grito de alerta e aparece quem me agrida, quem mais diga e pouco ouça, mas tudo bem isso é a vida, se até Cristo foi cuspido quem sou eu e meu umbigo pra não receber uma cuspida?

Mas não vou aturar quem me aperte, me ofenda, me atrase e não me entenda, que só olhe suas prendas e não escute o grito meu. Quem nada tem nada dá, eu me envolvo e dou carinho, um chamego gostosinho e uma força pra ajudar, mas quem isso não percebe é cego, é burro, é doido ou só bebe, então se saia e não me pegue, não grude não, me renegue, que atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu e eu vou atrás até do trio-jegue.


Agora chega de oba-oba quero que tudo se exploda começando pela corja que tenta me derrubar mas nunca atingirá meus pés, minhas asas quem dirá, delas nem tocam as penas nem me impedem de voar, que eu não quero nem saber, não me contem seus problemas pois falar de mim é fácil, difícil é ser "qui nem qui ieu" e que nem Sassá Mutema.

Chega de amargura, tristeza, infelicidade, de tanta dificuldade, indaga, emburração, choro sem necessidade, paúra e lamentação que vida é felicidade, eu sou tudo e não sou nada, mas de egoísmo e conversa fiada minha cabeça está inchada e a paciência tá no chão. 


Sou autêntico e maduro, sei agir de improviso, imperfeito e um pouco ciso, mas alegre tenho riso e gosto do que é moderno, quem não me cuida como cuido, de aparência eu não vivo, faço o que for preciso e que dure o quanto for eterno. Mas aproveito cada instante buscando me apaixonar, viver bem e intensamente, o negócio é aproveitar, quem não gostar que se exploda que eu nem vou me lixar, passei verão sem camisa e passo também o inverno, vou cuidar é de "minhas coisa" e que tudo mais vá pro inferno.

Eu vivo para ser alegre, trabalho "qui" nem um jegue nas quebradas desse mundo, mas adoro trabalhar e ter uma graninha pra gozar, embora nunca me entregue tenho meu momento "vagamundo", alegre mas taciturno, torto certo, oriundo do barro de Itapagipe das barras do fim do mundo.


Eu vim para rir do obstáculo nesse mundo tão "fantárdigo", tão gostoso e complicado. Para mim não quero pena, nem quero pra mim novena, quero festa de São João. Pois sou filho de Helena, quero riso e muita prosa, quero o cheiro da minha rosa, não quero briga nem vaidade, quero é um dengo de verdade pois tenho amor no coração.

Embora me despedindo tenho ainda que dizer sem querer posar de bom moço ou de rapaz direitinho, não sou o bom nem o miserável, nem lobo nem cordeirinho, vou trilhar o meu caminho deixando o passado para trás, olhando pro horizonte bye bye tristeza nunca mais.


Foi bom enquanto durou e nunca mais vou errar como fiz de outra vez, também erraram eu sei, mas quem não erra nunca amou e era tempo de aprender foi uma pena que acabou.

Mas não se zanguem comigo que sou leal e bom amigo, sou bom pai e bom filho, um dia serei bom marido, por enquanto vou focar o trabalho e voltar a academia, entrar em forma dia-a-dia, pois breve, no tempo certo, recuperado e esperto, volto "de com força" à caça, pois sou um cabra fogoso e tem muita mulher na praça, tem uma boa moça por aí que comigo vai somar, ter e dar amor gostoso e felicidade de graça.


Volto livre à boemia, o meu reino proibido que saí para mudar pelo encanto de um sorriso, não sei se é certo pensar que não devia ter saído, pior seria nem tentar e não me arrependo de ter ido, fui lá porém não deu certo, dá licença vou voltar, até logo e tenho dito.

Feita por ocasião de uma separação...

Salvador, Meu apartamento

André Ferreira
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