Na rua da esnobação

Na rua da esnobação

A minha mão estendida
Esperançava um amor que não vinha
Aguardava um só beijo —
Incapaz de mudar uma vida —
Mas capaz de acalmar meu desejo.

E o frio da solidão
Mais judia do homem nu
Ataca o peito desagasalhado —
Sem vestes de emoção —
Com sentimento congelado.

Na testa sete rugas
De uma semana pobre e vazia
De noites mal dormidas —
Jogado pelas ruas —
Sentindo as desfeitas tuas.

No rosto o riso não cresce
Só a barba mal raspada
Desleixado sigo minha saga —
Que tanto me entristece —
Pois, na rua, carinho não se conhece.

Rogerio dos Santos Rufino
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