Ao Homem Ocidental

Eu quero a beleza
Da marca do tempo,
Da vida vivida,
Da vida gozada;

Do tapa na cara,
Do contorcionismo etéreo,
Do suspiro profundo,
Do rancor moribundo.

Da paixão sem mesura,
Espalhafatosa de atitude.
Do amor com textura vermelha;
Eu quero admirar o sulco talhado pela idade,

Retratado no trato destratado da face,
Na face descuidada da vida,
Da vida vivida.
Da vida gozada.

Da vida lambuzada,
Do sorriso maroto,
Do toque de anjo
Na Vênus diabólica.

Então, que venha o gargalhar,
Com gosto de sal.
Que venha a vida,
A vivida.

Com suas marcas do belo e do azedo,
Mas única,
Agridoce,
A cara da atriz.

Só assim há graça;
Há lembrança;
Há beleza;
Há vida (vivida!).