CRÔNICA: QUER SE SOCIALIZAR? ARRANJE UM LINDO E ASSANHADO CACHORRINHO

QUER SE SOCIALIZAR? ARRANJE UM LINDO E ASSANHADO CACHORRINHO

Estou casado depois de muita luta e depois de muito tempo, tempo este que, digamos, estava me  aprimorando para concretizá-lo melhor num futuro um pouco mais remoto.

E nesta situação estou casado há nove anos e com cinqüenta e três de idade.

Então posso dizer que arregimentei alguma bagagem na labuta de namorar e ficar longe de casamentos.

Dizem que quem não teve uma família estruturada foge de construir uma a todo custo e eu acho que foi por aí.

Com relação a ter filhos também nunca alimentei a idéia, pois desde cedo decidi não trabalhar como empregado, pois vi que nem eu nem o outro lado íriamos nos agüentar por muito tempo e neste caso tive que levar uma vida onde a minha malinha deveria estar sempre pronta, pois nunca sabia como é que iria ser o mês seguinte.

Também nunca quis ficar enrolando nenhuma pretendente, então, normalmente, tinha relacionamentos com mulheres que já tinham vida econômica independente.

E nesta vida levada sempre de "mala pronta" você vai adquirindo uma experiência que os que casam muito cedo e vão convivendo com a insegurança de sustentar a família, as preocupações sobre o futuro, sobre o emprego etc. não vão ter.

E devido a isto você acaba mantendo uma independência interior maior.

Perde-se o medo de se ficar só, desde é claro, que já tenha também passado o período das paixões irracionais, e estas de preferência bem cedo.

Falo isto só pelo seguinte:

Agora que estou casado descobri a forma mais infalível de socialização e que pouquíssimas pessoas devem conhecer que é:

"Ter um cãozinho."

Não um pitbull, nada um disso, só um cãozinho.

Um pequeno, simples, mas “animado” cãozinho.

Os bad boys saem com seus “monstros” pela rua para mostrar autoafirmação e chamam a atenção, mas amedrontando e afastando as pessoas

Nesta nossa sociedade onde as aparências são sinais de status até os animaizinhos muitas vezes são utilizados apenas com esta finalidade, mesmo que seja inconsciente, mas com esta empáfia  as pessoas acabam, por isto, afastando também outras pessoas.

Mas para quem quiser uma maior socialização tem que ser um simples cãozinho, tipo o meu “Tiquinho” aqui.
 
Mas tem que ser bonitinho e, claro, sem nenhuma frescura.

Mas o principal é que tem que ser animado.

Tem que ser animado, para sair por ai curioso e louco por uma aventura como o nosso Tiquinho aqui que não pode me ver ir à porta que já está de prontidão para a “aventura”.

Você não imagina como ele atrai atenção na rua.

O que chama a atenção das mulheres  de todas as idades não é brincadeira.

Quando entra no carro você já tem que abrir a janela de trás e lá vai ele com a sua cabeça peluda para fora feito um corredor de Formula Um. Até parece, nesta altura, a uma “paca” com o pelo todo esticado para trás. Em nenhum sinaleiro passa em branco.

O que ele quebra as barreiras sociais é brincadeira nestes tempos em que as pessoas não ficam à vontade nem para dar bom dia ou boa tarde nos elevadores.

A maioria das pessoas  se “desarmam” com ele, mas principalmente as do sexo feminino, independente da idade.

Até os casais se aproximam, por influência delas,  para trocarem impressões sobre o “bonitão”

É incrível como isto acontece. Quebram-se todas as barreiras sociais que hoje são muitas, pois todos têm medo de se exporem para quem não conhecem. E com justa razão.

Então para quem quer se socializar melhor e tem alguma dificuldade, o que não são poucas as pessoas, ai vai a dica:

Arranje um cãozinho, pois como eu disse para a minha esposa, brincando, e dando muita risada, ‘Ah se eu soubesse disso quando era solteiro teria tido muito mais namoradas e com muita mais facilidade’.

Pois então, mão à obra:

Arranje um cãozinho bem bonitinho e assanhado, tem que ser assanhado, nada destes mocoronguinhos que só saem na rua para fazer coco, sem nenhuma animação.

O meu já sai da porta me arrastando e “demarcando tudo quanto é território e quer chegar perto de toda pessoa que passa na rua.

Dá-me um trabalho danado para segurar, mas é muito divertido.

Eu diria que um “viralatinha com pedigree”  seria o mais indicado, pelo menos o é neste meu caso,  que é um caso raro:

Chow Chow com Poodle.

A dona tinha um de ambos e a poodlezinha era tão pequeninha que ela achou que não daria liga.

Ledo engano. Estamos aqui, eu e a minha esposa, com o nosso Tiquinho.

E se você quiser uma informação técnica a agitação dele vem do sangue nobre do Chow Chow que é, originariamente, um cão de guarda, embora não pareça.

Só que neste caso foi adicionado o charme de uma linda e agitadadinha poodlezinha.

Em qualquer situação da sua vida procure se lembrar:
'Não é o lugar em que nos encontramos nem as exterioridades que tornam as pessoas felizes; a felicidade provém do íntimo, daquilo que o ser humano sente dentro de sí mesmo' Roselis von Sass - graal.org.br