Um fim diferente (Um ensaio sobre Morrer)

  
Vou contar-lhes uma história diferente.
Tão diferente e original que começa assim:
Começa pelo Fim.
 
“...E no último suspiro veio a morte do pato loló.
No velório do pato a pata chorava de fazer dó.
Morreu. Chegou ao fim do caminho.
Chegou ao fim.”
F I M.
 
- Xii!! Mas que história mais besta!
  Sem pé nem cabeça!
  Começa terminando e termina começando...
- Começando?! – alguém perguntou.
- É...começando! – respondi. Porque sei que vão começar a perguntar:
 "Por que o pato morreu?!"
 "Morreu de morte morrida ou de morte matada?"

  "E o resto da bicharada, ninguém ajudou?"
  "E a pata? Era uma pata?! Nada fez pelo seu pato?"
  "E o pato tinha sapato dentro do caixão da morte?"
  "E a morte o que é? O que é a morte afinal?"...
 
 
Xiiiii! “Tá” começando outra história...
Outra história diferente...
Porque a morte é um F I M de uma história de gente.
 
- F I M da história... ou é  F I M da Morte?
 
Se é o F I M da morte... Eureka! Então a morte acabou!
É o fim dela!
 
Ah!... Então é por isso que a “morte” da semente... é o começo da árvore!
Então é por isso que a “morte” da lagarta... é o começo da borboleta!
Então é por isso que a “morte” da noite... é o começo do dia!?!?!?!
 
Peraí! Então a morte é uma utopia!!
Nunca existiu!!
(Vou descobrir, um dia, quem me mentiu!)

 
Então... a morte de gente
Não deve ser diferente!
 
Bem que eu sabia...
 
Por isso é que“Jesus reapareceu no terceiro dia?!
e “João Batista veio de Elias... e ninguém o reconheceu?!”
 
Caramba! Jesus ressucitou! E João Batista não morreu!!
Ele re-nasceu!
 
 
Estou começando a entender...
Tem “mortes” que a gente vê se transformar em outra vida
(Como a da semente, da lagarta e da noite)
E tem outras que a gente não vê...!
 
Mas, olha só!... que coisa simples de entender...
E eu morreeeeendo de medo...
Parecia um grande mistério, um grande segredo!
 
Entao agora vos convido a pensar:
A sementinha parece “muuuito” com a árvore grande?
Não, né?
 
A lagartinha pretinha parece “muuuito” com a linda borboleta?
Não, né?
 
A escura noite parece “muuuito” com o claro dia?
Não, né?
 
“Virgem Maria!”
É fácil demais de entender...
E eu morreeeeendo de medo...
 
Deve ser como o sol lá no céu
Que parece sumir quando tem nuvens de chuva.
O dia fica sombrio... as vezes até dá um frio...
Mas o sol não sume, não!
Porque meu vô Albertino,
Que viajou de avião,
Disse que o sol fica “tinindo”,
Brilhando na imensidão
Dia e noite sem parar!
Mas a gente não consegue enxergar...
É a”morte” do sol
Para o dia poder nublar!
 
 
“Mãe do céu, do céu”,
É fácil demais de entender...
E eu morriiia de medo...
 
Então, agora, vou contar-lhes um segredo...
Sabe o pato loló? Aquele do começo da história, que havia morrido?
 
Ele não morreu, nem se acabou.
Ele se transformou.
 Dizem que hoje é um lindo e livre “pássaro a voar...”
 
Conseguem imaginar...?
 
Isso sim é o verdadeiro amor de Deus!
Nunca, jamais desampara os filhos seus...