A constante que não deve ser aplicada

Você é tão gentil.
Como isso pode ser?
Você tem um gênero persistente,
Que ao mesmo instante não é forçante.
 
Lembro de quando tinha sua companhia,
Minhas mãos a tocar e ouvidos para me escutar,
Gestos inefáveis. Era tão bom sentir que era para sempre.
 
O tempo passa...
O momento eterno finda.
Parusia que se perde.
 
Estou a caminhar sem rumo,
Só com meu violão em minhas costas e frases que saem sem fazer eco.
Textos que não formam música. Minha harmonia acabou.
Estou no vácuo, tudo se perdeu.
O ar já não me envolve, nem sua presença. [o frio toma o seu lugar]
 
Você possui o dom de saber o que estou pensando,
De sempre ter a palavra e os conselhos que preciso, e me dizer:
“Quem nem que eu vire às costas, eu continuarei a te esperar”.
 
Vejo que é verdade o que diz o homem:
“Que nada se perde, tudo se transforma”.
E a perda volta ao primeiro amor,
Como se fosse uma constante que não deve ser aplicada.
 
As horas passam devagar, mas o tempo restaura a integridade,
Fazendo você escolher e almejar aquilo de que sentiu saudades.

E não é difícil conseguir, basta só você ousar, querer e não olhar para trás.

O Cristão Cético
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