Sonetos de amarguras

Sonetos de amarguras

                I
 
Escutem aqui, por favor,
Todos terão que saber;
Desdenhas-te do meu amor,
Mais tarde terás que sofrer.
 
Não é praga de amargor
Mas, se tudo te acontecer,
- É a vida, meu amor,
Que um dia vai te fazer.
 
Não digas porem, depois,
Que a vida se esqueceu
De te dar a felicidade.
 
Foi o mal que se interpôs,
Entre o bem que ela ti deu,
Para a tua infelicidade.
 
                II
 
Procura erguer-te do chão,
Ó meu pobre sonhador.
É se estendo a mão,
Que se recebe uma flor.
 
As migalhas de afeição
São dosadas de amargor.
Pedaços de coração,
Enfeitam marcos de amor.
 
Assim todos vão vivendo
Levando a vida pra frente;
Inocente ou pecador.
 
Com sangue vão escrevendo,
E em cada degrau a gente
Ouve um soluço de dor.
 
                III

Com você já não me importo,
Não faço vigílias também.
Eu há muito que estou morto,
E não sou de mais ninguém.
 
No meu coração eu transporto;
- O bom e o mal que se tem.
A infelicidade é um desconforto,
Pois enterrou todo o meu bem.
 
Eu não gosto mais de ti.
Nem quero mais me lembrar,
Do teu abraço, do teu beijo.
 
Foi demais o que sofri.
Já nem sei o que chorar.
Nem sei mais o que desejo.

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Jose Aparecido Botacini
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