Aos poetas- irmãos

Flerto com dois poetas-irmãos
em uma noite de 2004.
Eu não estive com eles
mas meu coração esteve lá...
Depois de tanto silêncio,
encaro os dois poetas num tempo  revistado,
e me reconheço neles
meus olhos azuis  de poetisa
guardam o azul de um dia de verão,
e com minha imaginação,
encontro um poeta que carrega
um transatlântico ancorado no peito,
outro que escreve versos no banheiro,
versos imortalizados de um selvagem galante
que conta sobre tampas velhas de refrigerante,
dessas, dos anos oitenta
ou que conta sobre Nelson e  Mulinah,
outras vezes sobre a avó Laura,
fala de seu amor por meninas estranhas,
chora calado, expões suas entranhas
numa verve poética e dissonante
com sua doce voz num tempo distante...
ambos brigam com o cupido
um poeta o ameaça com pedradas
enquanto o outro desafia o cupido a se flechar
E me lembro que sou u pedaço de espelho que se torna inteiro
ao encontrar esees companheiros
e planto versos no canteiro...

Hannah Otto
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