Recíproco sorrir, ódio e ternura,
As mãos que te acalentam, apunhalam,
E quando mais distante, não se calam,
Verdade a cada ponto mais se apura,
 
Pudera ter nos olhos a amargura,
Sem ela meus destinos se avassalam,
E os gozos da esperança nada falam,
Senão a morte em vida me procura.
 
Assaz maravilhosa a luz que outrora
Servindo de luzeiro, me levara;
Porém a realidade desampara,
 
E o tempo sem limites já se aflora,
Rondando os meus estúpidos poemas,
Correntes que aos meus pés, cruel, algemas...