Gaeaf Coch (Inverno Vermelho)

Vemos o que não vemos, guardamos o mesmo segredo, esse suposto pecado crucificado e mantemos no nosso batalhão interno, puzando o Sol para baixo, ventos de chuvas brotantes contém o descanso paralizante que parecia incesante, laivos obscuros no meu mais que irreal coração, onde só as flexas mórbidas conseguem chegar, ambivalentes despercebidos para debaixo do tapete inversamente refracionados, andando sobre nossas cabeças.
Vivemos o que não vivemos, olhos manchados de conceitos desvairados, nos mantêm calados quando nos reage incasavelmente um espelho d'água, virtude é enxengar a ilusão inpenetravelmente invisível, vivemos o inverno esperando o verão.
Possuímos o que não possuímos, tudo interessa e só nos resta a alma temporal que a tudo rejeita a não ser o belo-cíclico céu, o manto da imaginação que escorrega, não se atrasa, nem se perde, sempre vem e desaparece.
Amamos o que não amamos, dáe então chegamos perto e notamos que odiamos.
Odiamos o que não odiamos, no interior onde certamente não aguentaríamos por muito tempo.