Noite adentro, um leve cochilo bastou

Raios de sol deslizavam pelo corpo

Figuras humanas nos degraus da escada

Cavaleiros do além mar, objeto do desejo

Encenar a história na sinfonia do vento

Elevar a voz, desatar o nó, fluir

É tão divino este som

O branco, o negro, canção da alma

E o rio que conhece o seu curso seja luz ou escuridão

Despencar do alto feito cachoeira

A paz da tranquilidade onde tudo é plano

O contorno do obstáculo seja pedra ou ilha

Obedecer a curva, o orizonte à frente

Encher o vazio feito lagoa

Abrir o peito, sorver a vida

Bailarino solitário mergulhado na dor

Entregar o espírito em forma de prece

Satifaz a fome no abraço de uma criança

Encosta a cabeça, olhos cerrados, se entrega aos sonhos

Donde queria nunca mais voltar

Nunca mais voltar

Nunca mais...

 

 

 

Roberto D'ara
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