Chama forte, luz acesa, energia extra.
A paixão é como o nada, não há explicação.
É algo metafísico, irrefutável, um axioma. Só sentindo...
Encontra-se na Terra do Nunca, na Rua dos Bobos, número zero.
Quem não sabe o que é e não tem idéia de como descrever é porque já a sentiu. Quem tem muito a dizer nada fez para se apaixonar.
Paixão não se descreve em palavras, se expressa em atitudes, em dor no peito, instinto, nada com planejamento, tudo com precipitação.
Não cabe em um abraço, em um telefonema, nada singular. É ratificada na pluralidade da pressão, da sufocação, do “todo dia toda hora”. Nada de metáforas, poemas, a paixão é feita de hipérboles, de fantasia, imaginação. É contrariada com um tapa, proibições, um estalar de dedos, um berro.
Passional, irracionalmente humana, exagerada, jogada aos pés. Um sentimento vinculado ao coração, desquitado da razão. É o não querer, é o não poder, o não parar, o sofrer. O agir, o derramar rios de lágrimas, não chorar por chorar, se acabar. Imensurável!
Chama, fogo, batimento, ardência!
Essência pura em demasia sem cessar.
É ela, a paixão, palavra intensa, pura, vaga.
Pode-se dizer muito, falar sem parar, repetir, mas definitivamente paixão não se conta, não se descreve, não se denota, fomenta, ferve, apaixona-se.

Forma passional de descrever algo indescritível, de mensurar tamanho intangível, de entender algo incompreensível, de sentir algo nunca imaginado. É a paixão, que vem em forma de tornado, de chama, de tromba d'água, de gente. É ela, entender? Pra quê? Deixe-a, livre, louca, leve, devastadora.

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