A complexidade do meu eu

 
Vigiando-me,
Descobri sonhos obscuros por traz dos focos da realidade;
Descobri armas secretas guardadas,
Tão poderosas, objetivando minha proteção ambígua;
Descobri desejos reprimidos de vingança,
Ódio e tolerância;
Descobri a minha liberdade terna,
Minha coragem ingênua, e meu pior medo...
Descobri um amor coberto por um poderoso véu
De uma grandeza esplêndida
E de beleza estonteante;
Descobri uma pobre criatura que chora
Banhada pelo desespero,
Carente por sentimentos verídicos;
Descobri que tenho vida, mas não vivo;
Descobri que,
Por traz da minha alma, existem outras doentes,
Estas tão aflitas!
Descobri também que,
Anseio por conquistar minha solidão interior
Através das palavras mudas do silencio...
 
 
 
 
Vigiando-os
Eu pude perceber que posso decifrar cada mente suspeita;
Cheguei à conclusão que tenho capacidade de voar,
Única, dentre trilhões;
Posso ir alem da psicologia dos seres humanos
E descobrir curas para as piores enfermidades...
Percebi que,
O pior cego não é aquele que fecha os olhos para inibir a realidade,
E sim, aquele que manipula esta para enxergar o errado
E crer na mentira;
Aprendi que,
A verdadeira infelicidade é aquela felicidade falsa
Refletida nos farrapos da vaidade, na fama enganadora
E no poder de poder tudo;
Vi que,
Sou maior que meus problemas e que os problemas dos outros são maiores que os meus;
Vi que sou mais odiada do que odeio meus inimigos;
Vi que dois caminhos sem obstáculos,
Poderão levar-me ao meu pior destino;
Percebi que,
A pior distancia é aquela que separa dois amores verdadeiros,
E percebi também que,
A pior coisa que existe é não existir pra ninguém...
 
Observando o mundo em si,
Enxerguei que todos nós somos iguais:
Os perfeitos imperfeitos que habitam essa morada
Explorando-a.
 
Com certo antagonismo,
Venho-vos dizer que sou minúscula
E que esses versos inúteis, hoje, não fazem sentido algum
Até que venha uma mente tão fértil quando a minha
E prove o contrário.
 
 

 

 
Jade Almeida

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