Às vezes a gente pensa em continuar, mas pra que?
Continuar pra chegar aonde?
Eu queria fugir um pouco disso aqui, dessa Terra, desse mundo.
Nem sei se queria estar em algum lugar do imenso universo, nem sei se queria estar com alguém ou estar como sempre sozinha.
Eu sei que nós escolhemos nossos caminhos, mas que caminhos?
Às vezes eu queria ir andando para ver aonde chegaria.
Vagar com o vento e ser esquecida, talvez viver a vida ainda mais solitária. Tenho certa obsessão por solidão.
Tenho medo das pessoas e duvido de mim mesma.
Tenho angústias e muitas incertezas, tenho raiva, tenho frio, tenho vergonha do meu rosto e do meu corpo.
Tenho vergonha das minhas tristezas e fraquezas. Tenho raiva das minhas lágrimas, tenho nojo dos meus sentimentos.
Para que cura se a morte me espera?
Cedo ou tarde eu sei que não mais estarei aqui, para que pressa, sonhos, certificados... Para que tanta vida? Para que tantos sentimentos? Para que tanto pessimismo?
Perguntas sem respostas... Mais uma vez sem as minhas respostas.
Talvez sinta coisas que não existem, ou existem apenas para mim.
Quem nunca teve um momento obscuro e desesperador?
Quem não percebe minha tristeza. Uso máscaras à toa. Nem tanto. Ainda assim consigo “enganar” tantos fingindo estar sempre sorrindo.
 Pareço estar sempre fazendo drama com minhas dores, não?
Tenho certeza que não sou a única no mundo... Ainda tenho certezas!
Ainda o peito me dói, ainda meus olhos choram. Ainda tenho sentimentos.
Tem vezes que queria voltar a ser apática a todos esses sentimentos.
O problema é sentir o vazio, a ausência íntima de mim mesma. Do meu mundo. Da minha vida. Ainda assim sinto a mesma dor que você às vezes sente.
Poderia voltar a não sentir nada, nem alegria nem tristeza, nem chorar nem sorrir. Ás vezes poderia voltar a ser um robô. Às vezes poderia sumir da minha vida, sumir do meu mapa.
Às vezes é preciso se perder para poder se achar.
Às vezes é preciso morrer para saber viver.
Às vezes é preciso morrer para deixar definitivamente de te amar, de te esperar...

*Anelise Lena*
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