Fingir!

Fingir uma paz que eu não tenho

num sorriso alegre em desvaneio

enquanto o coração chora em silêncio

a saudade doendo no meu peito

Fingir alegria em meu olhar

quando as lágrimas teimam em cair

quando os lábios ficam a murmurar

saudades que não deixo de sentir

Fingir olhando a amplidão do mar

vendo o sol no nascente surgir

as ondas lentas que parecem murmurar

a minha tristeza no meu sorrir

Fingir alegria em toda vida

escutando a voz que posso ouvir

saudades no meu peito escondida

lágrimas de dor e os lábios a sorrir

Fingir, fingir para viver

escutar o que não queiro ouvir

acalentar a dor alheia

falando a mim mesma

deves fingir!

 

 

 

 

 

 

 

Rita Maria Medeiros de Almeida
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