Eu fico quieta, no meu cantinho,
só te vendo passar.
Às vezes olha pra mim,
outras vezes, não,
mas pra você, tanto faz.
E eu, no meu canto,
fico só te observando,
seguindo com os olhos por onde vai,
me sentindo culpada por esse amor,
não correspondido,
meio que renegado, desconhecido.
Eu imagino que um dia irá me perceber,
já que não percebe a maneira que te olho,
o jeito que falo contigo,
o desconserto que me encontro
quando você me olha diretamente,
me fazendo ferver por dentro.
E eu, do meu cantinho te enxergo,
compenetrado, como se não estivesse aqui,
e sim, no lugar onde sua amada está,
como se a esperasse por toda a eternidade.
E então,
eu só tenho que ficar quietinha,
no meu cantinho,
imaginando o dia
que você comece a prestar atenção
nessa parte tão insignificante da sala.

Sobre amor platônico, onde só um ama, e cria um mundo para suprir a falta e mascarar a rejeição meio que inconsciente do outro.

Numa sala da vida...