“Nenhuma” (*)
Eu, sem nenhuma vontade,
dedilhei a viola
e matei a saudade
e lembrei-me da Escola,
dos garotos briguentos,
das meninas sapecas,
das pandorgas aos ventos,
dos cafés nas canecas!
E eu, sem nenhuma vontade,
sem nenhuma tristeza,
comecei a chorar ...
me lembrei da beleza
dos barquinhos no mar,
dos sorvetes de outrora,
dos carinhos de mão
e dos doces d’Aurora!
E assim, sem nenhuma vontade,
foi nascendo a canção
que se perdeu na cidade,
andando em contra-mão,
canção que era em suma,
que o meu verso resuma:
um pouco de mim!
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