O CAMELÔ DO DESTINO

"-Olha, mete a mão e vai levando,
Quimeras, ilusões por ninharia!..."
Estava o camelô ali gritando,
Na esquina da existência fugidia...

Naquela encruzilhada, o rei das ruas,
Oferecia enfeites para a vida:
Mentiras e vaidades nuas, cruas,
Sorrindo à multidão, desprevenida!

-Mas olha, tu que levas a barganha,
Dos sonhos, pode ser que hoje ganhas,
Perdendo no futuro, todavia....


Depois nãos hás de ver, na esquina o enxame,
Nem mesmo o camelô, com quem reclames,
Se ouver defeito na mercadoria!

Édison Palmer
© Todos os direitos reservados