Debruçado na dor
desta inquieta espera,
sinto ser meu ledor
a sorridente quimera...
E minha alma fadada
andarilha soturna,
o érebo da madrugada
com lágrima noturna...
E esta lágrima quebra
ao som do silêncio,
e em minha alma reverbera,
o grito do silêncio...
Beijo a tua imagem
uma névoa dissipante,
distante paisagem
dessa dor decepante...
Tão simbioticamente,
a solidão me envolve
arrasta silentemente,
à dor, que não dissolve...
E o sorriso da quimera
estonteante e absoluto,
nesse instante se encapela
em meu caminho soluto...
E a madrugada adormece
na manhã pressurosa,
vem o sol, que alegre aquece
minha alma lacrimosa...
Sigo só nesse tumulto
e a realidade descerra,
e num canto fica oculto
o sorriso da quimera...
Que espera determinado
a luz da noite chegar,
à solidão ver-me ao lado
e outra vez, se regozijar...
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